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Futuro da democracia participativa debatido na 14ª Conferência do OIDP

A 14ª Conferência do Observatório Internacional de Democracia Participativa (OIDP) foi encerrada na manhã desta quinta-feira, no salão de atos do Unilasalle, em Canoas. A conferência final, com o tema "Construindo o futuro da democracia participativa", mediada pela vice-prefeita de Canoas Beth Colombo, teve a participação de painelistas da Espanha, Inglaterra, Itália e do secretário adjunto de Cultura do Rio Grande do Sul, Jéferson Assumção. O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, acompanhou os trabalhos.
O evento, promovido pelo OIDP e Prefeitura de Canoas, por meio da Coordenadoria de Relações Internacionais e Cooperação, iniciou-se na terça-feira (3), e reuniu 86 experiências de 25 países de quatro continentes.

"Inspiradora e convincente"

Para o representante do Centro de Cidadania, Globalização e Governança da Universidade de Southampton, na Inglaterra, Matt Ryan, a democracia participativa é "inspiradora e convincente". Avaliou que a democracia deve ter como características o controle pelo povo, a inclusão pela voz e voto e informação.
Ele reconheceu que as pessoas estão céticas e precisam ser convencidas com evidências sistemáticas sobre esse processo. Também apresentou pesquisa realizada pelo OIDP com casos de várias cidades do mundo, concluindo que há diferentes formas de se chegar à democracia participativa. 
Ryan divulgou, ainda, o portal www.participedia.net, que reúne experiências relativas ao tema.

"Cidadãos e inclusivos"

Ilaria Casillo falou sobre a Autoridade independente para promoção da participação na região de Toscana, em Florença, na Itália. Disse que, inspirados no Orçamento Participativo de Porto Alegre, a região construiu uma lei - por meio de debates com os cidadãos - entre 2005 e 2007. Os 160 processos de participação tiveram como eixos o suporte financeiro e metodológico e o debate público de todos os projetos. 
Por essa lei, todos os projetos superiores a 50 milhões de euros exigem debate público. Na opinião de Ilaria, os projetos devem ser cidadãos e inclusivos e "olhar para grupos mais desfavorecidos da sociedade".

"Cidadania digital"

O secretário adjunto de Cultura do Estado, Jéferson Assumção, defendeu espaços informais de educação e de informação, considerando que os tradicionais já são insuficientes. Disse que se deve estar atento à cidadania digital, que emerge com os novos sujeitos políticos.
Na opinião de Jéferson, o espaço digital de participação ainda é instrumental e não cultural. Por isso, os desafios são entender a potencialidade da cultura digital e gerar, cada vez mais, ambientes de autonomia.

"Crise da democracia"

O professor da Universidade Pompeu Fabra, de Barcelona, Espanha, Jaume López, acredita que, atualmente, há uma crise na democracia, demonstrada pela baixa participação do eleitorado. Recomendou aos governantes refletirem sobre o valor agregado que deveriam proporcionar a uma sociedade que pode se organizar sozinha. 
O futuro da democracia participativa, na visão de López está na complementariedade com a ideológica e representativa.


Crédito da notícia: Jornalista Eloá da Rosa - MTE 5090